quarta-feira, 14 de setembro de 2011

APRENDENDO MAIS...: A química no dia a dia


Acordei no dia seguinte e a primeira coisa que me veio à cabeça foi que eu tinha que escrever “a maldita reportagem sobre a química do bem”. Abri a janela, respirei um pouco de ar poluído pela fumaça química dos automóveis, tossi, olhei para o céu e gritei: “Céus, me ajudem, eu preciso ver algo de bom na química”. Hora de tomar banho, liguei o chuveiro e... cadê o sabonete? Ainda bem que eu tinha comprado alguns no dia anterior. Corri até a despensa, peguei alguns ainda fechados na embalagem de papel, na qual eu dei de cara com um monte de palavras estranhas. XXXXXX, XXXXXX, XXXXX... opa, isso é química! Sem essa química eu podia ficar sujo e fedido o dia inteiro. Sujeira e fedor também são resultado de reações químicas (suor, processamento do que a gente come pela digestão, etc.), mas eu prefiro a química cheirosa do sabonete. Saí do banho para dar de cara com mais química: desodorante, gel para o cabelo, café solúvel reagindo com a água quente (devidamente tratada e fluoretada), manteiga no pão (resultado de uma reação química do trigo com a água, o sal e o calor) e até o creme dental, que eu tinha usado na noite anterior, mas nem tinha me dado conta de que tem química no meio.
Tudo bem, mas isso nem se compara com o que eu tinha visto na televisão: a tragédia radioativa no Japão, que não é a primeira. Os japoneses já enfrentaram o horror da radioatividade em agosto de 1945, quando as cidades de Hiroshima e Nagasaki foram bombardeadas, no final da Segunda Guerra. Pronto, olha a química do mal de novo explodindo na cara do repórter que precisa falar da química do bem. Toca a campainha e lá vou eu pegar o jornal. Logo na primeira página, vejo a notícia de que uma celebridade da televisão que havia sido diagnosticada com câncer meses atrás, agora está curada. Minha surpresa veio quando li que o tratamento dela é “radioativo”. A radioterapia usa os “raios” que saem de alguns elementos químicos para destruir células cancerosas. Esse tratamento é um dos desenvolvimentos da radioatividade, que é um dos ramos mais misteriosos da química e que teve suas descobertas fundamentais feitas há 100 anos, quando a pesquisadora franco-polonesa Marie Curie isolou o elemento químico rádio. Os 100 anos dessa descoberta coincidem com o Ano Internacional da Química, uma iniciativa da União Internacional de Química Pura e Aplicada e da Unesco, que vai durar todo o ano de 2011 e pretende levar à população a ideia de que a química existe para tornar o nosso mundo melhor. Lembrei que está na hora de tomar o meu remédio contra asma. Eu devo tomá-lo todo dia e sem ele tenho crises de falta de ar. É química, que me ajuda a permanecer vivo e de bem com a vida.

POR CESAR MUNHOZ

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